domingo, 29 de maio de 2016

10 Motivos para Ler todo Dia

"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente essa sede." Carlos Drummond de Andrade 1902 - 1987

Não sabe ainda o por que incluir a leitura no seu dia a dia? Então esse post é pra você:


1-Estimula o cérebro

Vários estudos indicam que o estímulo mental diminui a evolução (e talvez estacione completamente) o Alzheimer. A razão é simples: manter o cérebro ativo o impede de perder suas capacidades. Como todos os músculos do corpo, necessita de treinamento para permanecer vigoroso e são. Também beneficiam a saúde do cérebro os jogos que estimulam o intelecto, como os quebra-cabeças ou o xadrez.

2-Diminui o stress

Seja o stress do trabalho, preocupações cotidianas, pouco importa, a leitura diminui nosso estado de ansiedade. Um romance pode nos transportar para outra dimensão. Um artigo interessante, nos distrair. A leitura alivia a ansiedade e relaxa.


3-Melhora seus conhecimentos 
Quando lemos, preenchemos o cérebro com novas informações — que nunca sabemos quando nos serão úteis. Quanto mais conhecimento, melhor equipados estamos para enfrentar novos desafios. Algo para refletir. Se você pode perder tudo na vida – o emprego, seus bens e mesmo sua saúde — lembre-se que nunca poderão lhe retirar seu saber e seus conhecimentos.

4-Aumento de vocabulário

Benefício estritamente ligado ao conhecimento: quanto mais se lê, mais se descobre novas palavras, com mais chances de empregá-las na linguagem diária. Expressar-se de maneira precisa é valioso em qualquer profissional. Ser capaz de se comunicar com segurança é um excelente meio de melhorar sua autoestima. Enriquecer o vocabulário pode até alavancar sua carreira. De fato, os instruídos e com conhecimentos dos mais diversos assuntos têm mais chance de serem promovidos que aqueles com um vocabulário mais restrito e poucos conhecimentos de literatura, dos avanços científicos e das atualidades. A leitura também ajuda a melhorar nossos conhecimentos no aprendizado de uma língua estrangeira.

5-Melhora a memória

Para compreender bem um livro, deve-se lembrar de muitas informações: os personagens, seu passado, suas intenções, sua vivência, depois as nuanças e todas as ações secundárias que se misturam à ação principal. Isso representa muito de informações a reter, mas o cérebro é um órgão poderoso e vai se lembrar com uma facilidade surpreendente. O mais espantoso é que cada vez que se forma uma nova memória, cria-se novas sinapses (zonas de contato entre os neurônios) e solidifica-se as sinapses existentes. Isso quer dizer que a leitura, formando novas memórias, vai aumentar nossa capacidade de retenção de memórias a curto prazo e a um efeito regulador sobre nosso humor. Nada mal, não é?


6-Desenvolve a capacidade de análise
Já leu um bom romance policial e adivinhou o final do livro antes de concluí-lo? Se é o caso, mostrou boas aptidões críticas e analíticas: tem a capacidade de sintetizar os detalhes fornecidos, para fazer um verdadeiro trabalho de detetive. Esta capacidade de análise dos detalhes é igualmente benéfica para criticar a ação de um livro: podemos julgar se está bem escrito, se os personagens são bem desenvolvidos, se a trama se desenrola de maneira fluida etc. Se um dia for discutir sobre um livro, essa capacidade de análise vai lhe permitir exprimir sua opinião de maneira clara. Por quê? Terá analisado e criticado internamente os detalhes pertinentes durante a leitura.

7-Melhora a atenção e a concentração 

Em nossas sociedades que gravitam em torno da Internet, nossa capacidade de concentração é atacada por todos os lados. Em 5 minutos, o indivíduo vai dividir seu tempo entre trabalhar uma tarefa, verificar seus e-mails, trocar mensagens com várias pessoas simultaneamente (Facebook, Skype, etc.), ler sua conta no Twitter, verificar seu smartphone e conversar com seus amigos! Esse comportamento hiperativo gera stress e perda da produtividade. Quando lemos um livro é exatamente o contrário. Toda a nossa atenção é dirigida para a trama da obra. É como se o mundo se dissolvesse e pudéssemos mergulhar completamente nos detalhes da narrativa. Tente, toda manhã, ler de 15 a 20 minutos antes de trabalhar (no ônibus ou no metrô). Vai se surpreender com o efeito positivo que isso terá no seu nível de concentração no trabalho.


8-Melhora a redação
Escrever melhor caminha junto com o enriquecimento do vocabulário. A leitura de obras bem escritas terá um efeito notório no seu próprio estilo de redação. Observar a cadência, a fluidez e o estilo de outros autores inevitavelmente influenciará sua própria maneira de escrever. Da mesma forma que os músicos têm uma influência sobre a música de seus companheiros, e que os pintores se inspiram nas técnicas dos mestres, os escritores criam narrativas inspirando-se no trabalho de outros autores.





9-Tranquilize o espírito

Basicamente, a leitura é sinônimo de relaxamento. Mas para além dessa qualidade reconhecida, a temática de um livro também pode nos tranquilizar o espírito com uma considerável paz interior. De fato, a leitura de textos espiritualistas pode baixar a pressão arterial e suscitar um sentimento de calma. Além disso, foi demonstrado que os livros de autoajuda podem auxiliar as pessoas que sofrem de problemas de humor e de formas leves de doenças mentais.

10-Um divertimento gratuito

A maioria das pessoas gosta de ter o livro que leem para fazer anotações ou marcar páginas interessantes. Mas pode-se encontrar tudo o que se necessita nas livrarias e bibliotecas públicas e descobrir uma infinidade de livros disponibilizados gratuitamente. As bibliotecas oferecem obras de todos os assuntos imagináveis, elas são realmente uma fonte inesgotável de descobertas. Se, por um infeliz acaso, você vive num lugar sem biblioteca ou que não pode se deslocar, saiba que a maior parte delas oferecem um serviço de empréstimo de livros para baixar no seu computador, iPad ou telefone.

Texto compartilhado de: https://actioliberablog.wordpress.com/2016/04/25/os-10-beneficios-da-leitura-ou-porque-voce-deveria-ler-todos-os-dias/ 

domingo, 22 de maio de 2016

A Busca pela Literatura Científica e suas Dificuldades

A Internet definitivamente mudou a forma pela qual a literatura acadêmica é publicada e disponibilizada. Se houve um aumento substancial das fontes de informação, este foi acompanhado pelo surgimento de inúmeras possibilidades de busca e localização da literatura. Motores de busca, bases de dados, indexadores, agregadores, sites Web do periódico e/ou do publisher, redes sociais, ferramentas para comentar e compartilhar publicações e muitos outros foram criados e aperfeiçoados ao longo do tempo, oferecendo aos leitores várias formas de chegar aos mesmos conteúdos. Pouco se sabe, entretanto, sobre os hábitos de busca de leitores da literatura científica – como acadêmicos, pesquisadores, estudantes, professores e profissionais buscam e selecionam conteúdos de seu interesse em meio à sobrecarga de informação disponível.
Um estudo pormenorizado de autoria de Tracy Gardner e Simon Inger, especialistas em publicação e gestão de periódicos científicos, publicado em março de 20161, teve por objetivo preencher esta lacuna. Através de uma pesquisa online realizada com mais de 40 mil leitores entre outubro e dezembro de 2015 em todo o mundo, foi possível aos autores traçar um vasto panorama dos hábitos de leitura dos entrevistados. A pesquisa acrescenta conhecimento a estudos anteriores nos mesmos moldes desenvolvidos pelos autores em 2005, 2008 e 2012, e permite comparar a evolução do comportamento dos leitores nos últimos dez anos. Ademais, a pesquisa incluiu dados sobre a área do conhecimento, país, nível acadêmico e setor dos entrevistados, o que possibilitou traçar um perfil de comportamento de acordo com estas variáveis.
É importante notar, entretanto, que apesar da diversidade de respondentes, os resultados das pesquisas de 2012 e 2015 foram normalizados para se adequar às amostras demográficas de 2005 e 2008. Assim, os resultados destes dez anos são, predominantemente, de pesquisadores acadêmicos nas áreas de ciência, tecnologia e medicina, trabalhando em países da Europa e nos Estados Unidos.
Um resultado importante é que enquanto bases bibliográficas seguem sendo a fonte mais relevante, sua importância vem diminuindo desde 2008, perdendo lugar para motores de busca acadêmicos, redes sociais e serviços de agregadores como EBSCO, ProQuest e JStor. Serviços de bibliotecas ganharam relevância em 2012 e vem mantendo sua posição. Apesar de desaconselhados por bibliotecários, fontes veiculadas pelos próprios periódicos e/ou seuspublishers vem crescendo em importância através das áreas, setores e perfis de países.
Quando se avalia a tendência por área do conhecimento, acadêmicos de países de alta renda em ciências da vida mostram preferência por bases bibliográficas (tipicamente PubMed), apesar de pequena diminuição em comparação com 2012, seguido de motores de busca acadêmicos. Nesta população, redes sociais, agregadores e fontes controladas pelo publisher mostram aumento no mesmo período. Analisando esta comparação com a área de Humanidades (também entre acadêmicos de países de alta renda), observa-se um quadro bastante diverso. Entre 2012 e 2015, apenas as redes sociais tiveram aumento de importância, permanecendo, entretanto, em nível baixo frente a bases bibliográficas, agregadores, serviços de biblioteca e motores de busca acadêmicos.
Apesar da ligeira queda de importância entre 2012 e 2015 em algumas áreas como ciências da vida, medicina, engenharia e ciências da terra, as bases bibliográficas seguem sendo a fonte mais utilizada por acadêmicos em todo o mundo, crescendo de importância em física e astronomia e ciências da computação. As redes sociais, por outro lado, ainda não ocupam uma posição de destaque na busca por literatura, porém mostram significativo aumento de importância a partir de 2012 em todas as áreas do conhecimento.
Os sites de periódicos e publishers cresceram de importância entre 2012 e 2015 em todas as áreas do conhecimento, notavelmente em agricultura, ciências da terra, engenharia, física, ciências da vida, medicina e ciências sociais. Este crescimento pode ser atribuído a ações de marketing dos publishers principalmente através de redes sociais, que realizaram melhorias nos sistemas de busca de seus portais, atraindo principalmente pesquisadores.
Avaliando a preferência de profissionais não acadêmicos como o setor médico, de governo e corporativo, a preferência recai principalmente nas bases de dados bibliográficas, motores de busca acadêmicos e sites de publishers e de periódicos.
Quando se analisa a preferência por área geográfica, nota-se comportamentos bastante distintos. Acadêmicos da Ásia, África e América do Sul ranqueiam sites de publishers, motores de busca acadêmicos e bases bibliográficas no mesmo patamar de importância. Por outro lado, seus pares na Europa e Estados Unidos consideram os primeiros menos importantes em relação aos outros dois. Bases bibliográficas são a principal fonte de consulta entre acadêmicos na América do Sul. Agregadores são menos relevantes na Europa do que nos EUA, e redes sociais são menos importantes na Europa e América do Norte do que nas demais regiões, presumivelmente devido a disponibilidade de textos completos em acesso livre nestes sites. Esta observação vai ao encontro da preferência destas fontes especialmente em países de baixa e média renda, assim como sites de publishers e de periódicos.
O quadro abaixo relaciona as fontes preferenciais utilizadas por pesquisadores da América do Sul para buscar artigos em 2015 (em ordem decrescente de importância):
Base de dados bibliográfica
Motor de busca acadêmico
Site do publisher
Agregador
Motor de busca geral
Site do periódico
Serviços de biblioteca
Alertas de periódicos
Redes sociais gerais e acadêmicas
Site de sociedade científica
 
Quanto à utilização de motores de busca, a pesquisa revela que em 2015 apenas o setor acadêmico prefere o Google Scholar ao Google, sendo o setor corporativo o que menos utiliza o motor de busca acadêmico. No setor acadêmico, o Google Scholar é mais utilizado que o Google nos Estados Unidos e a maioria dos países da Europa, além do Brasil. Por outro lado, a África e Ásia preferem o Google, possivelmente por desconhecer sua contraparte acadêmica. Na China, o uso do Google é parcialmente restrito, sendo substituído pelo Baidu. Somados, Google e Baidu superam o Google Acadêmico naquele país. Analisando por disciplina, o Google Scholar é usado preferencialmente ao Google por acadêmicos das áreas de Ciências Sociais e Políticas, Psicologia, Medicina, Ciências da Vida, Ciências Ambientais, Educação, Ciências da Terra, Ciências da Computação, Economia e Finanças e Ciências Agrárias.

A pesquisa perguntou também aos entrevistados qual a proporção de artigos de periódicos os usuários acessam de diversas fontes. Analisando o setor acadêmico por faixa de renda de seus países, nota-se que sites de periódicos ou publishers, agregadores de texto completo ou coleções de periódicos são os mais frequentes, independente do perfil do país. Possivelmente programas como Hinari, Gift e Agora em países de baixa e média renda contribuem para este resultado. A seguir estão os repositórios institucionais, com maior frequência de uso por pesquisadores de países de alta renda, uma vez que seu uso requer que as instituições criem estes arquivos. O uso de repositórios temáticos, por outro lado, mostra-se independente do perfil do país dos usuários, por seu caráter mais global. Em igual proporção estão as mídias sociais acadêmicas comoResearchgateMendeley ou Academia.edu. A alternativa de cópias de artigos enviadas por colegas ou pelo autor é utilizada em baixa proporção e em igual nível por países de diferentes perfis socioeconômicos. Isso indica que a busca por fontes abertas de literatura é uma prática comum, mesmo entre acadêmicos de países de alta renda, que presumivelmente contam com eficientes recursos de bibliotecas para acessar periódicos de acesso por assinatura.
O uso de dispositivos móveis como tablets e smartfones para buscar e ler artigos científicos vem aumentando nos últimos anos. A partir de 2012, os autores do estudo passaram a incluir no questionário perguntas sobre a frequência de seu uso. Em países de baixa renda, houve uma queda significativa no uso de desktops em favor de tablets e smartfones em 2015, em comparação com 2012, porém o uso de laptops permaneceu inalterado. Em países de alta renda, no entanto, a redução no uso de desktops em favor de dispositivos móveis foi de apenas 4%. Esta tendência reforça o uso crescente destes dispositivos em países de baixa e média renda para várias finalidades acadêmicas. Porém, esta tendência não se observa apenas no mundo em desenvolvimento. O setor médico em todo o mundo apresentou praticamente o mesmo comportamento frente à substituição de desktops por dispositivos móveis para acessar artigos de periódicos. Esta tendência vem fazendo com que sites de publishers e de periódicos ofereçam interfaces adequadas ao uso em tablets e smartfones. O uso de aplicativos em dispositivos móveis para acessar e ler artigos, entretanto, ainda é bastante restrito, sendo mais frequente em países de baixa e média renda e em áreas como a medicina.
Tendo em vista o número de usuários que apontaram os sites de periódicos ou publishers como principal fonte de consulta, a pesquisa perguntou aos entrevistados quais recursos nestes sites consideram úteis. Os resultados apontam que alertas do conteúdo do fascículo, que eram considerados relevantes em 2005 deixaram de sê-lo ao longo dos anos, atingindo o menor valor em 2015. Por outro lado, a indicação de artigos relacionados cresceu desde 2012. Links para referências, serviço de busca por tema ou autor e download de imagens também cresceram de importância desde 2012. Por outro lado, notícias, métricas a nível de artigo, e compartilhamento com redes sociais não atraem a atenção dos acadêmicos de maneira geral, ao contrário do esperado em função da popularidade das redes sociais no compartilhamento de informação sobre literatura científica.
Os resultados deste estudo e das edições anteriores indicam que há uma enorme diversidade na forma pela qual os usuários de diversos setores e áreas buscam e acessam literatura científica. Nota-se um denominador comum, entretanto, que é o conhecimento sobre as várias opções existentes a serviço dos usuários. Os esforços empreendidos por publishers e serviços de bibliotecas para aperfeiçoar os recursos de seus sites vem sendo reconhecidos, considerando o aumento de popularidade destas fontes. As tradicionais bases bibliográficas, entretanto, seguem sendo a mais importante fonte de consulta em praticamente todos os setores e áreas do conhecimento.

Por que o Qualis gera tanta polêmica?


O que é Qualis?
O método Qualis é responsável por classificar a qualidade das pesquisas e dos artigos científicos strictu sensu (não sabe o que é strictu sensu? A gente explica!)com base nos periódicos, revistas, anais e livros onde são publicados.
Há uma infinidade de periódicos disponíveis para pesquisa, mas quais, realmente, apresentam um bom conteúdo? Para “nortear” os pesquisadores quanto a esta busca, serve o Qualis!
De acordo com a definição oficial: “Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação.” 


Como funciona o Qualis?

Há um Qualis específico para cada área, o que significa que um mesmo periódico pode receber classificações diferentes ao ser analisado em duas áreas distintas. O  Journal of the American Ceramic Society recebeu classificação A1 na área de Engenharias II, enquanto, em Química, B1.
Plataforma Sucupira
O Qualis não avalia trabalhos científicos individuais, mas, sim, os periódicos científicos por áreas de atuação.
A regra é simples: “Quanto melhor situado na hierarquia do Qualis, maior o poder de atração e mais as chances de influenciar na captação de financiamentos”. O Qualis, portanto, determina, para você e para a sua pesquisa, qual periódico é bom ou não para publicação.

Critérios de Avaliação

O que eles levam em consideração na hora de avaliar um periódico? 

  • Qualidade dos artigos: os artigos devem ter relevância para a sociedade, um bom nível científico, originalidade e precisam ser bem escritos. Portanto, nada de trabalhos incompletos ou dúbios!
  • Periodicidade: Revistas e periódicos que são antigos no mercado, passam maior credibilidade. A frequência das publicações também garante uma melhor classificação!
  • Qualidade do corpo editorial: diz respeito à banca que analisa os artigos publicados no periódico, afinal, não é qualquer pessoa que sabe analisar, corretamente, trabalhos de natureza científica, né?
  • Diversidade de origens do trabalho: periódicos mais bem classificados são aqueles que possuem desde autores institucionais a internacionais!
  • Difusão e popularidade da revista: se o periódico for bastante conhecido, melhor! Mais pessoas e de diferentes lugares fazem com que o periódico tenha uma boa classificação no Qualis e passe uma maior credibilidade!
  • Indexação: Indexação faz com que qualquer dado ou informação seja facilmente recuperado caso um usuário faça uma busca em um sistema de informação. Para que se tenha uma boa indexação, é necessário que o periódico seja acessível e de qualidade!

Classificação Qualis (Capes)

A classificação Qualis passa, todo ano, por um processo de atualização, porque, com frequência, surgem novos periódicos e de diferentes áreas.  Porém, sua classificação básica varia de acordo com indicativos de qualidade. Os indicativos vão de – A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5 a C – com peso zero.

Para entender melhor a classificação do Qualis, é só constatar os seguintes aspectos de cada indicativo:
A1 e A2 – Excelência internacional
B1 e B2 – Excelência nacional,
B3, B4 e B5 – (relevância média)
C – baixa relevância

Busca no Qualis: entenda como funciona

Consultando o Qualis, vê-se que há três possibilidades de busca, todas por meio da plataforma QualisWeb (Sucupira):
1 – Por ISSN do Periódico:
O ISSN (International Standart Serial Number) é um código de oito dígitos que tem identifica o título de uma publicação em âmbito internacional.
2 – Por título do periódico:
Busca por título completo ou por parte do título do periódico.
3 – Por classificação ou área de avaliação
A Capes classifica os periódicos por áreas de avaliação, o que torna a sua pesquisa por área e/ou relevância ainda mais fácil.

Qualis para Eventos?

Até 2009, o Qualis também classificava os eventos de natureza científica. Mas, como é atualizado periodicamente, a atividade foi suspensa e, atualmente, só são analisados periódicos científicos (divulgada ao público) e livros (não divulgados, uma vez que são utilizados, apenas, no processo de avaliação interno).

Polêmicas em torno do Qualis

Muito se questiona, no Brasil, o método Qualis de classificação dos trabalhos científicos. O Qualis é atualizado periodicamente e uma de suas mudanças, no ano de 2009,  provocou, segundo estudiosos, a “extinção” das revistas científicas brasileiras, isto porque as revistas brasileiras passaram a ser comparadas com publicações da Europa e dos Estados Unidos. Confira a matéria:
Antônio Ozaí da Silva, professor na Universidade Estadual de Maringá (DCS/UEM) e editor das revistas Espaço Acadêmico, Urutágua e Acta Scientiarum, em seu artigo “A sua revista tem Qualis?”, propõe uma crítica ao método Qualis:
Para além do discurso da busca da qualidade, o qual parece sensato, o fato é que essa política classificatória, hierarquizante e potencialmente indutiva (o Qualis), influencia o fluxo das publicações e, conseqüentemente, o cotidiano dos docentes e suas expectativas, bem como as dos programas de pós-graduação. Isso se estende às agências de fomento e aos processos de avaliação dos professores pelas instituições de ensino. Quanto melhor situado na hierarquia do Qualis, maior o poder de atração e mais as chances de influenciar na captação de financiamentos.
Em relação à polêmica quanto à eficiência do Qualis, em entrevista para a Gazeta do Povo, Edilson Silveira, da UFPR, disse:
A classificação tem mais a ver com o impacto na área, com o número de citações, mas é claro que revistas com conceitos não tão altos também publicam bons artigos.
É fato: o sistema Qualis gera dúvidas quanto à qualidade de avaliação dos projetos científicos, mas, ainda assim, é o principal método de avaliação utilizado no Brasil! Na hora de elaborar seu projeto, pense em qual periódico deseja vê-lo publicado! Escreva-o de acordo com os critérios do periódico e se o tema da sua pesquisa se adéqua à proposta dele! Nada de trabalhos mal feitos, hein? Invista em qualidade e conteúdo!

domingo, 15 de maio de 2016

Bibliotecário uma História

"Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro" Heródoto
A Biblioteca
A importância da biblioteca para a preservação e conservação do conhecimento é inquestionável, pois desde o inicio da humanidade o homem se preocupa em registrar o conhecimento por ele produzido. Ao bibliotecário foi destinada a missão de realizar os processos de organização, preservação e efetivar a disseminação de todo o conhecimento registrado.
As primeiras bibliotecas, na forma como conhecemos hoje, surgiram na Mesopotâmia, no segundo milênio a.C. Nessas bibliotecas foi constatada a “organização de documentos acompanhada de representações para fins de recuperação: tábuas de argilas eram protegidas por espécies de envelopes nos quais estavam dispostos resumos”Entre os séculos VII e VIII a.C surgem as grandes bibliotecas da Antiguidade. A Biblioteca de Alexandria representa o ápice desse período, durante “sete séculos, entre os anos de 280 a.C a 416 d.C, “ […] reuniu o maior acervo de cultura e ciência da Antiguidade”. É considerada a mais famosa e importante do mundo antigo, sobreviveu a muitos saques e incêndios até chegar ao seu fim definitivo. Seu acervo era organizado em rolos, etiquetados com os nomes dos autores e títulos das obras, dispostos em pilhas. Mas, quanto ao seu acesso não se tem conhecimento se a biblioteca era reservada somente aos eruditos, ou se um público mais amplo podia frequentá-la.
Na Biblioteca de Alexandria o bibliotecário tinha um papel muito importante, pois as suas funções transcendiam as obrigações habituais. Além de ser encarregado de reorganizar as obras dos autores, atuava também como tutor dos príncipes reais, orientando-os nas leituras que deveriam fazer. Devido a esse papel de destaque o bibliotecário-chefe deveria possuir uma cultura humanista e ser um filólogo. Na Idade Média, predominaram as bibliotecas ligadas a ordens religiosas, tanto no Ocidente, como no Oriente. Os mosteiros e conventos foram os responsáveis pela preservação da antiga cultura greco-romana e definiam-se como bibliotecas. “Todos os grandes mosteiros possuíam um scriptorium, oficina de copistas em que o trabalho era distribuído aos monges”. Mas, o acervo era fechado ao público em geral, pois os monges consideravam que a biblioteca era a guardiã dos livros.
Entre os séculos XIII e XV, importantes mudanças intelectuais e sociais afetaram a Europa, uma delas foi o surgimento das universidades. Para atender os estudantes universitários foi criado o primeiro catálogo unificado, contendo o nome dos autores e obras, bem como a indicação das bibliotecas onde poderiam ser encontradas tais obras. Considera-se que foi a partir da criação das bibliotecas universitária que “o bibliotecário surgiu de fato como o organizador da informação e […] no Renascimento consolidou seu papel como disseminador do conhecimento”. O Renascimento desperta nos homens de letras o interesse em organizar bibliotecas com coleções de livros raros e importantes a fim de aumentar o seu prestígio junto aos seus pares e súditos. Nessa época foram criados novos tipos de livros, surgindo uma maior preocupação com a situação física e a organização interna dos mesmos. Esses detalhes começaram a ser avaliados na organização das bibliotecas e os bibliotecários foram chamados para estabelecer medidas técnicas com vistas a resolver o problema.  Com o surgimento da imprensa no Ocidente a produção de livros foi estimulada, contribuindo para o seu barateamento, como também para acelerar e ampliar sua distribuição. O advento da imprensa propiciou, ainda, o rompimento do monopólio que a Igreja exercia sobre a produção dos livros e as bibliotecas passaram a ter maior importância enquanto elemento social.
No século XVII a relevância pública e social das bibliotecas ganhou impulso, primeiramente nos países mais desenvolvidos da Europa e depois nos Estados Unidos “com o surgimento do conceito de biblioteca pública moderna, constituída de acervos gerais de livros e aberta gratuitamente ao público em horários regulares”. Desde então, a biblioteca pública passou a representar a modernidade, em oposição às bibliotecas da antiguidade e da idade medieval que a antecederam.

A partir do século XIX, o livro torna-se socialmente imprescindível e o bibliotecário passa a ter como missão promover a leitura e buscar leitores. Contudo, o contínuo desenvolvimento técnico-científico e a conseqüente explosão bibliográfica que o advento da imprensa ocasionou a partir do século XV, altera esse papel e o bibliotecário passa a desempenhar a função de “filtro que se interpõe entre a torrente de livros e o homem”. Desde então, o bibliotecário passa a desenvolver uma relação conflituosa com o livro, pois a quantidade de livros é tão gigantesca que supera os limites de seu tempo e de sua capacidade de assimilação do conteúdo que cada livro contém. Para dar conta dessa explosão bibliográfica, o bibliotecário passou a se preocupar mais com os processos técnicos, em especial a catalogação e a classificação, do que com os serviços aos leitores, sedimentando a imagem de um profissional tradicionalmente afundado entre livros.
Nos encontramos em pleno século XXI e o contexto mundial é marcado pela globalização que pressupõe acesso às novas tecnologias de informação e de comunicação, “o que reforça a informação como mola propulsora das transformações que afetam a sociedade contemporânea”. A ênfase dada à informação e ao seu acesso ocasiona transformações profundas nos sistemas de produção da economia mundial, fazendo surgir a sociedade da informação que, por sua vez, apóia-se no avanço tecnológico, intimamente vinculado com o processo de globalização.
O advento da sociedade da informação impõe novos desafios aos profissionais bibliotecários, pois “é preciso assimilar que a sociedade da informação caracteriza-se pela possibilidade de acesso e capacidade de utilização da informação e do conhecimento” e “ […] sua consolidação depende […] do nível de satisfação dos usuários, ao longo dos dias”. Essa perspectiva leva ao surgimento da expressão profissional da informação.
O profissional da informação, emerge, portanto, com a sociedade da informação e refere-se àqueles que têm como objeto de trabalho a informação. Por isso, esse profissional deve procurar estar sempre atualizado, capacitar-se para desenvolver pesquisa e manusear suportes variados de informação, privilegiando sempre as demandas informacionais do público.
E o Curso de Biblioteconomia?
Cquote1.svgA Biblioteconomia é considerada como uma área do conhecimento, na medida em que compreende um conjunto de organismos, operações técnicas e princípios que dão aos documentos a utilização máxima, em benefício da humanidade.Cquote2.svg
— SHERA apud RUSSO, 1980
A criação dos primeiros cursos da área de Biblioteconomia foram o da Ècole Nationale des Chartes, na França, em 1821, e o da Columbia University, em 1887, nos Estados Unidos. O curso da Columbia University foi criado por Melvil Dewey, que se tornou um dos pensadores mais importantes da área, por participar da criação da American Library Association (ALA), da publicação do primeiro periódico especializado - Library Journal - e por criar o CDD, conhecido como Classificação Decimal de Dewey. Em 1888,na Clerkenwell Public LibraryJames Duff Brown cria o único sistema de classificação da Inglaterra, o livre acesso às estantes. Já no Brasil, a Biblioteconomia se faz presente desde a criação das bibliotecas beneditinas, franciscanas e jesuítas, mas principalmente com a criação da Biblioteca Nacional, no estado de Rio de Janeiro. Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), entretanto, só considera que a área passou a existir no país em 1911, com a criação do primeiro curso de Biblioteconomia do Brasil, também o primeiro da América do Sul e o terceiro no mundo. O curso era baseado no da Ècole Nationale des Chartes, enquanto que o Colégio Mackenzie cria um em 1930 inspirado no curso da Columbia University. Rubens Borba de Moraes, em 1936, funda o curso de biblioteconomia em São Paulo, posteriormente incorporada a Escola de Sociologia e Política e a Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos (escola e curso que foi incorporado pela UFSCar). A partir desses cursos, há a criação de diversas organizações que apoiam a Biblioteconomia como profissão e a inclusão do curso em graduações como a UFBA e UFMG.

Primeiro curso do Brasil e terceiro no mundo

O terceiro curso para formação de bibliotecários só nasceria quase vinte cinco anos mais tarde no Brasil. Marcos Miranda, professor e ex-diretor da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, esclarece que a Biblioteconomia no Brasil surge, de certa maneira, vamos dizer assim, como ciência, como fazer, como instituição”. Miranda destaca que “se nós formos pensar na institucionalização da biblioteconomia enquanto uma área de formação profissional, nós podemos pensar na Biblioteca Nacional, que vem a partir (isso está na história) da vinda da Família Real [em 1808] para o nosso país”.
A história do acesso à leitura e aos livros em um país que foi colônia constitui um processo longo e conturbado e o caminho percorrido até a conquista do primeiro curso de Biblioteconomia não é diferente. Por três longos séculos, os livros existentes no país se restringiam às bibliotecas organizadas pela Companhia de Jesus e acervos particulares daqueles que iam estudar na Europa. A situação começa a mudar com a chegada da Real Biblioteca Portuguesa que é trazida três anos depois de ter todo o seu acervo encaixotado esquecido no porto durante a fuga da família real portuguesa para colônia em 1807.
Enquanto a Real Biblioteca Português se expandia em sua primeira sede no hospital da Ordem Terceira do Carmo, outras bibliotecas surgem e experimentam também o rápido crescimento, fossem elas particulares, de conventos ou de intuições de Ensino Superior. Apenas um século mais tarde, após a segunda transferência da Biblioteca Nacional em 1910 para sua atual sede, inicia-se a organização de um curso para a formação de bibliotecários, visando a educação de profissionais para compor o seu quadro técnico. Sua grade seguia o exemplo da École de Chartes, primando pelo cunho erudito da profissão.
A criação do primeiro curso de Biblioteconomia e sua posterior expansão para ser um curso mais geral e não apenas para funcionários da biblioteca, impulsiona a criação de outros cursos e também um avanço no delineamento do que é o profissional bibliotecário no país. Assim em 1938, há a concretização da primeira associação profissional, a Associação Paulista de Bibliotecas e sua posterior filiação à Federação Internacional de Documentação (FID) e à Association of Special Librarie and Information Bureaux (ASLIB). O avanço da classe profissional pode continuar a ser observado pela importante conquista de 1958, quando a Biblioteconomia é reconhecida como profissão liberal de nível superior.
Conceituação
Um dos primeiros conceitos de Biblioteconomia foi criado pela American Library Association, que a definiu como uma "área voltada para a aplicação prática de princípios e normas à criação, organização e administração de bibliotecas." Já para o autor do Diccionario de Bibliotecologia (1963), Domingo Buonocore, a Biblioteconomia é a "área que se destina ao estudo dos princípios racionais para realizar, com a maior eficácia e o menor esforço possível, os fins específicos das bibliotecas," como citado pela coordenadora Mariza Russo do curso da UFRJ. A definição de Maria das Graças Targino, da UFPI, entretanto, é "a área do conhecimento que se ocupa com a organização e a administração das bibliotecas e outras unidades de informação, além da seleção, aquisição, organização e disseminação de publicações sob diferentes suportes físicos." Baseado nessas definições, autores como Francis Miksa mostram o paradigma da Biblioteconomia: a biblioteca como instituição social, destacando que a função maior da instituição é possibilitar o uso dos documentos a um dado público, e para isso, é necessário utilizar técnicas e pessoal qualificado para a aquisição e organização de tais documentos.

Fonte: http://biblioo.info/100-anos-de-biblioteconomia-no-brasil/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteconomia
http://portaldobibliotecario.com/2015/04/28/biblioteca-e-bibliotecario-ao-longo-da-historia/#sthash.BlSi6AAC.dpuf