segunda-feira, 14 de março de 2016

A Internet e o Bibliotecário conheça a Arquitetura de Informação

O que é Arquitetura da Informação? O Bibliotecário trabalha com isso? Qual a diferença de Arquitetura da informação e UX Design? Para aprender e conhecer mais sobre esse assunto o Muito Mais que Livros separou três matérias interessantes:
Na primeira matéria esclarecemos a diferença entre Arquitetura da Informação e UX Design, já na segunda é possível entender um pouco mais sobre o Arquiteto da Informação e o Bibliotecário, por ultimo complementamos mostrando o dia a dia do profissional atuando nesse nicho de mercado, além de suas vantagens e desvantagens.
Boa leitura

A diferença entre Arquitetura de Informação e UX Design
Arquitetura da Informação, segundo a Wikipedia, é "a arte e a ciência de organizar e rotular sites... para apoiar a usabilidade." E a Experiência do Usuário, também de acordo com a Wikipédia, é "a maneira como uma pessoa se sente sobre o uso de um produto, sistema ou serviço. [Isso inclui] percepções de uma pessoa sobre os aspectos práticos, tais como utilidade, facilidade de uso e eficiência do sistema".
Mesmo no que diz respeito à sua definição, Experiência do Usuário toma Arquitetura de Informação como seu alicerce e leva-o para o próximo nível.
Arquitetura de Informação diz respeito à estrutura
Arquitetura de Informação é um termo relativamente antigo. Antigo, no sentido da web e do nosso progresso através da tecnologia. Ela foca na organização e estrutura do conteúdo de maneira que o usuário consiga navegar por ela. Digitalmente falando, pode variar de um site bem simples, como uma página cartão, para um sistema de informação complexo.
Arquitetos de Informação trabalham para criar estruturas de conteúdos utilizáveis a partir de conjuntos complexos de informação. Eles fazem isso usando variados métodos de design centrado no usuário: testes de usabilidade, pesquisa e criação de persona, e fluxogramas de usuários (e muitos outros métodos). Dito isto, ainda é aparente que o UX Design está na moda.
E aqui está o porquê: Arquitetura de Informação compreende apenas uma pequena parte de toda experiência geral do usuário.
Experiência do Usuário diz respeito à emoção
O que é Experiência do Usuário (UX), então? UX designers levam arquitetura da informação de um site um passo adiante, considerando não apenas sua navegação, mas também a sua capacidade de facilitar a interação. Para fazer isso, eles empregam design centrado no usuário para produzir um efeito de coesão, previsível e desejável em seu público-alvo. Uau.
UX designers transformam experiências comuns em experiências excepcionais
Essencialmente, UX designers trabalham para tornar as coisas mais profundas, visando seus usuários em um nível emocional. Eu não quero dizer emocional como "tocando o coração", mas sim provocar uma resposta emocional em relação ao que eles acabaram de efetuar. O Design de Experiência do Usuário adiciona contexto e história para o comportamento natural de um usuário e, ao fazê-lo, proporciona algo que eles levem dessa experiência.
Stephen Anderson acredita que as melhores experiências estão na intersecção entre "pessoas, suas atividades e o contexto dessas atividades"
Você pode olhar para ele da seguinte forma: UX abrange todo o espectro. É como tomar um copo de Arquitetura de Informação (AI), misturado com uma pitada de usabilidade, uma pitada de estratégia de conteúdo e um bocado de criatividade. Ou, ainda mais simples, UX é a cria entre um diretor de criação e um arquiteto de informação. Muitas vezes isso significa que despir elementos te deixa apenas com o que é essencial para a necessidade do usuário.
A diferença entre ser fácil e ser legal
Se você entendeu algo até aqui, você provavelmente está pensando que seu projeto precisa de uma boa AI, a fim ter uma boa Experiência de Usuário. Exatamente. Outra maneira de olhar para ele é: UX Designers levam em total consideração a Arquitetura da Informação, mas os arquitetos de informação não necessariamente consideram toda a experiência de usuário.
Uma experiência usável é fácil, simples e dá o trabalho feito, mastigado. Uma experiência envolvente faz tudo isso e infunde uma impressão duradoura sobre o usuário. É a diferença entre acessar um site e pensar "Foi fácil" ou "Uau, isso foi muito bom!"
É a diferença entre o Wunderlist e Clear.
Entre Sketchbook and Paper.Os primeiros (Wunderlist e Sketchbook) aplicativos são bons, fáceis, ferramentas usáveis. Mas os últimos (Clear e Paper) não só são fáceis e úteis, eles são divertidos e envolventes.
É tudo na abordagem
Analisando as demandas de trabalho, tanto de um quanto do outro, ambas são tremendas, mas vamos dar uma rápida vista de 10.000 pés em como os fluxos de trabalho para o arquitetos e designers podem se diferenciar. Arquitetos de informação poderiam considerar suas necessidades, pesquisar os objetivos de seus usuários e realizar alguma forma de análise competitiva. Enfim, eles podem gerar fluxos de página, wireframes e, claro, um mapa do site, adicionar em alguns testes de usabilidade, requinte e revisões, e isto está fora para os designers.
No entanto, UX designers provavelmente terão uma abordagem diferente. Apesar deles levarem o fluxo de trabalho do AI em consideração, também vão considerar os objetivos emocionais de seu usuário final. Seu foco pode ser mais em torno de modelos de interação, ao invés de estrutura e layout.
Conclusão
Experiência do Usuário constrói sobre a base que a Arquitetura de Informação proporciona, com o objetivo de levar essa experiência mais adiante, de maneira criativa e emocional. Esta é a diferença notável que define a forma como os aplicativos, sites e produtos de hoje são projetados em oposição aos de ontem.
Compartilhado de: http://www.princiweb.com.br/blog/design/usabilidade-ux/a-diferenca-entre-arquitetura-de-informacao-e-ux-design.html

Bibliotecário é arquiteto da informação, sabia?

Bibliotecários devem perder o bloqueio frente à internet e perceber que seu foco deixou de ser somente o suporte (o livro) para abranger o acesso à informação em todos os tipos de suporte. Por Katyusha Souza
A popularização de equipamentos eletrônicos tem contribuído para o crescimento da internet e da tecnologia utilizada por ela. A internet cada vez mais popular, mais fácil e acessível por meio de banda larga, o que facilita a navegação, já está em escritórios, cafés, bares, em casa, aviões, shoppings, universidades, escolas, além das residências e ocupando um espaço cada vez maior no cotidiano das pessoas.
Mas a tecnologia ainda é vista com olhos desconfiados por grande parte dos profissionais da biblioteconomia. A internet, especialmente, é um desafio que poucos se propõem a enfrentar.
Essa atitude auxilia na exclusão do bibliotecário do mercado de trabalho relacionado à internet e é ruim para a profissão. Isso porque o foco do bibliotecário deixou de ser somente o suporte (o livro) para abranger o acesso à informação (ou seja, a informação em todos os tipos de suporte).
Tendo essa idéia em mente, a informação na internet é um grande nicho que escapa das mãos destes profissionais, principalmente com relação ao tratamento e organização da informação em websites, astro principal na grande rede. Este trabalho, que cabe perfeitamente aos bibliotecários, tem ficado por conta de profissionais da área de jornalismo, publicidade, design de interfaces e análise de sistemas.
Organizar a informação, o fluxo de navegação de um website, trabalhar a hierarquia e categorização da informação na web são algumas das atividades exercidas pelo arquiteto de informação, o novo profissional que surge para fazer o que o bibliotecário faz em centros de informação.
Segundo Rosenfeld (2002, tradução nossa), co–autor do best–seller “Information Architecture for the World Wide Web”, a “Arquitetura de Informação é a arte e a ciência de organizar, estruturar e categorizar a informação para torná–la mais fácil de encontrar e de controlar”. Essa definição encaixa–se perfeitamente no papel e na função do bibliotecário, que segundo Milanesi (apud SOUZA, 2005) é “descongestionar todas as vias de fluxo da informação”.
Para Garrett, “Information architecture is closely related to the concept of information retrieval: the design of systems that enable users to find information easily. But Web site architectures are often called on to do more than just help people find things; in many cases, they have to educate, inform, or persuade users.” (GARRETT, 2004, p. 94).
Estas são exatamente as preocupações de um arquiteto de informação e a maioria dos designers não possui conhecimento ou experiência suficiente para tomar as decisões certas nestas questões.
Ora, em um paralelo, estas questões fazem parte da rotina de trabalho de um bibliotecário: trabalhar com hierarquia, categorização, fluxo da informação, facilidade de uso e acesso à informação. O bibliotecário, além destes conhecimentos precisa estar informado sobre as tecnologias que cercam sua rotina e precisa ter conhecimentos de editoração.
Além da estruturação, organização e categorização da informação, o arquiteto de informação lida também com questões de usabilidade e cognição, taxonomia, tesauros e vocabulário controlado. Ter um site na internet com muito conteúdo significa ter que organizar e categorizar muita informação e isso é o que a Biblioteconomia tem feito há tempos.
A máxima hoje é dizer que “informação é poder”, e com isso quanto mais informação, mais poder. Mas essa explosão informacional, que nos bombardeia dados, fatos e informações o tempo todo se não organizados e categorizados, nos traz o que Wurman (2003) chama de “ansiedade de informação”. Dados e fatos, para o autor, que não agregam conhecimento, não são informação e essa falta de conhecimento gera a ansiedade por não saber. Essa ansiedade só pode ser superada se aprendermos “a reconhecer o que é compreensível e o que não é”.
Em uma busca, o usuário que acessa a internet se depara com tanta informação, pertinente ou não, que muitas vezes não sabe por onde começar a procurar. E é aí que entra o arquiteto de informação, para organizar a informação e o fluxo de navegação, que é o que o bibliotecário faz em um centro de informação: organiza a informação de forma que ela seja facilmente recuperada e mapeia as formas de encontrá–la.
A partir de estudos sobre necessidades e comportamentos dos usuários que se deseja alcançar, o arquiteto planeja a organização da informação no site e seu fluxo de navegação utilizando critérios de usabilidade como facilidade de uso, baixa taxa de erros, eficiência, além da análise de processos de cognição, taxonomia na organização e hierarquização da informação.
Bem, este é o papel do bibliotecário em uma unidade de informação. A partir do perfil do usuário que se pretende atingir, o profissional da informação determinará toda a estratégia de serviços e produtos que irá oferecer, a rotina de trabalho, dentro outros. Ou seja, o bibliotecário é um profissional preparado para atuar nesta área em que atua o arquiteto de informação.
A diferença é o meio de atuação e as tecnologias envolvidas no desenvolvimento de cada um. O profissional se desenvolve de acordo com o meio em que atua. Se o bibliotecário for trabalhar na web, sua formação se voltará para as tecnologias que envolvem a área.
Compartilhado de:  https://webinsider.com.br/2005/10/13/bibliotecario-e-arquiteto-da-informacao-sabia/#sthash.2jYto26N.dpuf



A visão de uma bibliotecária infiltrada em UX
Por Paula Macedo
Muitos de vocês já devem conhecer a Paula Macedo, conhecida pela série de entrevistas com profissionais de UX do mercado brasileiro. Acontece que esses dias ela publicou uma apresentação muito legal lá no slideshare sobre Arquitetura de Informação e UX do ponto de vista de uma “bibliotecária infiltrada” – apresentada em uma palestra para a 8a Semana de Biblioteconomia da ECA/USP. Confira:
Como uma bibliotecária fica sabendo de / acaba trabalhando com UX?
A graduação de Biblioteconomia e Ciência da Informação é generalista, o estudante tem que escolher em qual área quer se aprofundar e buscar estág
ios para ter experiência na área que deseja.
A área pública é a que mais absorve profissionais formados, mas alguns interessam-se por atividades menos tradicionais relacionadas à gestão da informação e do conhecimento, indo para áreas diferentes de bibliotecas, museus e centros de informação ou arquivos.
O profissional bibliotecário começou a ser procurado para atuar com Arquitetura de Informação pelos conhecimentos de indexação, taxonomia, vocabulário controlado, muito úteis também para organização a informação na web. Mas além disso, a Biblioteconomia e Ciência da Informação possui muitas técnicas de estudos de uso e usuários, que podem ser aplicadas no contexto de UX.
A “missão” do bibliotecário desde a Biblioteca de Alexandria sempre foi a preservação e salvaguarda do conhecimento produzido pelo homem, aos poucos foi transformando-se também em como criar meios de disponibilizar, disseminar e deixar acessível esse conhecimento, o que tem tudo a ver com a Internet e os meios de comunicação digitais.
Qual a principal vantagem em ter background de bibliotecária ao trabalhar com UX?
Isso é bastante particular. Alguns bibliotecários tem grande identificação com as técnicas de classificação, hierarquização, indexação, o que ajuda no momento de organizar as informações que devem ser disponibilizadas em um site, aplicativo de celular, em intranets – o bibliotecário empresta seu olhar de “deixar acessível para todos” para tornar esses sistemas mais compreensíveis para quem vai utilizá-lo.
O livro do urso polar “Information Architecture for World Wide Web” foi escrito por Peter Morville e Louis Rosenfeld, que tem sua formação na Biblioteconomia e Ciência da Informação. Por isso ao lermos o livro fazemos a conexão com as metodologias que aprendemos para organizar livros e outras fontes bibliográficas.
Para mim, a principal vantagem foi encontrar maneiras de aplicar o que considero que é a vocação do bibliotecário: que é analisar a necessidade do usuário, não apenas pelo que ele diz, mas por aquilo que sei e investigo sobre ele (todo bibliotecário de referência sabe o que é isso) e ajudá-lo a visualizar caminhos mais curtos no labirinto dos ambientes de informação.
É natural colocar o usuário em primeiro lugar e enxergar que o é relevante no amontado de informação, funcionalidade e possibilidades dentro de um aplicativo de celular, um site, ou qualquer tipo de sistema de informação.
Rangathan, escreveu as 5 Leis de Biblioteconomia em 1931, e inspira muito a fazer isso: 1. Os Livros são para serem lidos / 2. Todo leitor tem seu livro / 3. Todo livro tem seu leitor / 4. Poupe o tempo do seu leitor / 5. Uma biblioteca é um organismo em crescimento.
E qual a principal desvantagem?
​A principal desvatagem é a pouca preparação que temos para trabalhar com softwares necessários em Arquitetura de Informação e UX – como Axure, Visio, Illustrator, etc. Nossa formação não foca na visualização das informações de maneiras que não sejam textuais, como acontece com os designers por exemplo.
A Biblioteconomia é muito relacionada a sistemas de classificação e catalogação que são alfanuméricos, nossa forma de representar organização é sempre por meio de números – como na CDU / CDD (aquele número gigante para achar livro na biblioteca) ou grandes listas de palavras controladas, que são as taxonomias. ​
​É necessário uma certo esforço para o bibliotecário que quer trabalhar com AI e UX para aprender esses novos formatos. Além disso, como a biblioteconomia possui técnicas seculares, só agora têm se tornado mais flexível e dinâmica, por muito tempo, era importante para quem estava nesta área acostumar-se com técnicas antigas e dominá-las, o que requeria até certo conservadorismo na hora de utilizar sistemas de organização: a padronização das formas de classificar e catalogar é o que mantém o conhecimento das bibliotecas vivo e eficiente por tanto tempo. ​
​E é claro, o desconhecimento das pessoas que acham que Biblioteconomia serve para colocar livro na estante, é preciso estar sempre explicando o que temos a ver com Arquitetura de Informação porque a relação não é tão óbvia para a maioria das pessoas.​
Compartilhado de: http://arquiteturadeinformacao.com/user-experience/a-visao-de-uma-bibliotecaria-infiltrada-em-ux/

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